Instituto Henriqueta Teixeira

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24.03.10

Pesquisa de Fisioterapeuta brasileiro redefine o tamanho ideal da cintura abdominal

Curitiba, 18 de Março de 2010

Nas civilizações industrializadas do planeta, a obesidade é atualmente uma doença comum e de grandes riscos à saúde. Estudos internacionais demonstram que estes riscos são maiores quando esta obesidade fica na região abdominal. E até então, a maioria destes estudos determinavam o tamanho ideal da cintura através de números fixos, como por exemplo, 94 cm para homens e 88 para mulheres, com algumas variantes de acordo com o formato da pesquisa. Então indivíduos possuidores de valores maiores que estes poderiam estar correndo riscos até de problemas cardíacos.

O Professor universitário e Fisioterapeuta brasileiro, Ricardo Wallace das Chagas Lucas, desenvolveu uma pesquisa que contesta estes valores fixos, e determina o tamanho da cintura abdominal de forma relativa, onde esta relativização é feita através de uma faixa percentual relacionada à estatura do indivíduo. 

Segundo Lucas, que também orienta outras pesquisas nesta mesma linha, não fazia sentido números fixos, e de forma generalizada, para a determinação da medida de uma região anatômica em indivíduos tão diferentes, na população mundial. Pois o pesquisador afirma que existem pessoas pequenas e saudáveis, com medidas de cintura abdominal acima do limite exposto. E o inverso é verdadeiro, pois pessoas muito altas podem possuir o tamanho acima do ideal veiculado e estarem também plenamente saudáveis.

Desta forma, sua pesquisa se baseou na relação da estatura com a cintura. Ou seja, ele pesquisou em uma população masculina saudável, composta de indivíduos adultos jovens não obesos, e que por isso possuíam hipoteticamente tamanho ideal de cintura, qual seria a relação em percentual entre elas. Ele verificou então que existia uma relação estatisticamente comum entre estes indivíduos, equivalente a uma faixa de aproximadamente 43% da estatura. Isto quer dizer que o valor normal da cintura abdominal depende de cada indivíduo. E o pesquisador demonstrou que na população por ele estudada os valores para indivíduos mais baixos e mais altos acompanhavam relativamente este percentual. Assim, a cintura normal aumenta ou diminui proporcionalmente à estatura do indivíduo.

Levando em consideração a facilidade para a determinação deste índice, que o pesquisador batizou de “Índice Vitruviano” (em homenagem a Leonardo da Vinci e o seu desenho do homem proporcionalmente ideal), podemos utilizar uma fita métrica com mais propriedade que uma balança, disse Lucas.

Segundo o autor, como toda pesquisa que avalia formas em seres humanos, esta também possui margens de erro que devem ser consideradas. Além disso, existem indivíduos que devem ser analisados de forma diferenciada, tais como sujeitos submetidos às cirurgias plásticas abdominais, obesos mórbidos e portadores de doenças abdominais dentre outros. Mas a aplicabilidade deste índice permite a continuidade das pesquisas, para determinar um padrão único de medição, para determinar em faixas de indivíduos mais velhos, em mulheres, e verificar a relação com as doenças cardíacas.

A medida relativa da cintura abdominal impõe um critério de análise que pela sua facilidade de aplicação, poderá ter um impacto significativo na saúde pública, pois mesmo sabendo que métodos mais modernos, como tomografia axial computadorizada, são mais fidedignos para a medida da gordura visceral, a fita métrica por enquanto será mais acessível em nosso país e em outros no mundo, disse o pesquisador.
Ricardo W. das Chagas Lucas
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4758881A6

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